No segundo dia com aulas de Dança Contemporânea ministrada por Luis Carlos Vale, demos continuidade ao trabalho iniciado na segunda feira, tivemos um momento com trabalho de corpo+gravidade, o prazer pelo movimento e a descoberta de possibilidades e exploração dos espaços internos. Em seguida um exercício de improviso, deu para perceber nossa inexperiência nesse sentido, inicialmente como observador vi Juliana, Cléa, Cynthia, Rejane e Maurea desenvolverem de forma impessoal, cada uma no seu universo, sem referencia no outro não havia busca de conexão, é notado a busca pelo caminho mais fácil, até porque não sei até onde podemos nos jogar nesse nada, saindo de lugar nenhum pra nenhum lugar, isso é muito difícil é como meditar, esvaziar-se de pensamentos (intenções) é algo pra mim inatingível, criamos sempre um expectativa na necessidade de agir. Dançar! Generosidade, intencionalidade a flor da pele uma grande necessidade de movimento é certo que tudo isso é um exercício e faz parte de um processo. Com meu grupo não foi diferente, concluímos com a certeza de precisamos exercitar mais e melhorar nesse sentido, buscado a partir desse exercício material para nossas criações para que elas possam sair de nós e de nosso alunos.
Depois Adolfo Severo que desde 16 anos é musico teve a palavra, ele começou sua vida artística com crônicas, escreveu alguns artigos para os jornais Diário do Povo e O Dia, depois aprendeu a tocar violão, participa do cenário alternativo de Teresina diretamente ligado do seu surgimento até seu declínio, criou o grupo musical Rosa Atômica e Êita Piula. Sempre apostou numa linha musical com base na regionalidade. Com Casca Verde mapeou e deu infra-estrutura a vários grupos da zona rural de Teresina. Atualmente tem como objeto de trabalho a cultura popular, acredita que embora não tenha formação acadêmica não sofre preconceito junto aos praticantes dessa cultura.
Segundo ele o discurso de identidade que se apresenta hoje é uma busca para uma idéia, não podemos esquecer que antes, tem a questão da imagem desse artista não como mero representante mais como algo original que nunca vai soar falso. Colocar as coisas como elas são sem muito enfeito de forma natural, sem se preocupar em manipular, buscar a originalidade antes da simpatia, trabalhar na perspectiva de ninguém é mais importante que o coletivo.
A visão bucólica e romântica da cultura popular nos nossos dias, em que o mundo atravessa por questões tão violentas que modificam seu modo de ser e de pensar o que era. Tudo passa a ser uma imagem. A cultura popular e desprovida de preconceito.
Tanta coisa foi dita e vivida hoje, foi mais um dia muito intenso e muito proveitoso para equipe.
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